segunda-feira, 6 de maio de 2013

Legalidade em Torres







Tenho dito que Torres, desde seu despertar, tem ligação com muitos fatos da História regional, nacional e mundial. Esta foto prova essa afirmativa. O fato é que se trata de uma manobra do III Exército brasileiro, durante um período conturbado no cenário político do nosso país, que foi a Legalidade, uma revolta civil e militar que ocorreu em 1961. O então governador do Estado do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, em defesa da Constituição brasileira, e também de seu cunhado, João Goulart (vice-presidente), montou um estúdio improvisado de rádio, no porão do Palácio Piratini, e discursou a todos gaúchos através de uma rede, a “Rede da Legalidade”, que também transmitia em ondas curtas aos cidadãos de outros estados. O objetivo era garantir que Jango (como era chamado o vice-presidente) assumisse a Presidência da República, que foi renunciada, em 25 de agosto do mesmo ano, por Jânio Quadros.  O local dessa fotografia é defronte ao Farol Hotel, na Rua José A. Picoral. No começo do mês de setembro de 1961, um comboio estava estacionado em frente ao tradicional hotel, com caminhões, jeeps e tanques de guerra, que pertenciam à Petrobrás. A empresa petrolífera, apoiou o governador gaúcho. Podemos observar também, ao lado direito da imagem, uma tropa enfileirando-se para alguma tarefa. O oficial que liderou e idealizou as manobras, a partir de Santiago, no Rio Grande do Sul, adentrando até o Paraná, foi o tenente-coronel Joaquim Ignacio Baptista Cardoso. Como Torres faz fronteira com Santa Catarina, o oficial decidiu passar pelo balneário, para conter o possível avanço dos opositores. Essa foto pertenceu ao Sr. Cesar Pinheiro, que no momento prestava serviço de mecãnico à empresa estatal brasileira citada acima, ele era casado com a torrense Beta Matos, filha do Sr. Manoel Venâncio de Matos, que foi o primeiro proprietário do tradicional Bar Brasília. Provavelmente os torrenses ficaram  apreensivos com a situação; imagina-se muitos comentários feitos pelos cidadãos que  circulavam entre a Matriz de São Domingos e a esquina da SAPT. O “clima” não estava para brincadeiras. Mas tudo ficou resolvido em 14 dias, o Jango assumiu e o comboio sumiu.






2 comentários:

  1. Parabéns ao Sr. Jaime Batista, pela memória de fatos tão relevantes para a historia de nosso povo.

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    1. Obrigado Felicissimo, sempre estarei atualizando e postando novas fotos e artigos. valeu!

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