Final da década de 1910
1922
Nos
dois registros fotográficos da vista geral da “Rua de Baixo”, atual Rua Júlio
de Castilhos podemos observar o desnível do terreno totalmente coberto por uma
gramínea que faz parte do sopé da Torre Norte que era natural da região e fica
preservada até o despertar do século XX, mas vai ficando arenoso a partir da
década de 1920, devido ao aumento do trânsito, tanto de turistas quanto de
locais, como podemos observar na imagem do ano de 1922. Comparando
as duas fotografias percebemos na sequência, na margem direita, um crescimento de
casas geminadas no estilo português-açoriano, sobressaindo-se um “sobrado”, que
na primeira fotografia não se observa por causa da sombrinha da senhora do meio.
Trata-se do “sobrado do Padre Joseph Lomônaco” (Lamônaco). De acordo com Muri
(1996), um padre muito respeitado e engajado com a sociedade torrense por 25
anos, a ponto de ser Presidente do Conselho
Municipal (o mesmo status de Câmara de Vereadores). Esse mesmo sobrado, após a
morte do Padre, foi escola estadual, O Grupo Escolar de Torres que depois viria
ser a Escola Marcílio Dias e também a Fundação Rockfeller. A margem esquerda da
rua observa-se algumas casas de madeira, apresentando pertencer às famílias
pouco abastadas economicamente. Essa rua era essencialmente de moradores
torrenses, ao contrário da “Rua de Cima”. Observa-se também as cercas de
madeira características de propriedades interioranas. Esta rua anteriormente era o “Caminho do Carijó”, uma antiga picada de nativos da
região.
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