domingo, 31 de março de 2013

Rua de Baixo

Final da década de 1910

 1922 
Fonte: Acervo Maria Helena Lima.F


Nos dois registros fotográficos da vista geral da “Rua de Baixo”, atual Rua Júlio de Castilhos podemos observar o desnível do terreno totalmente coberto por uma gramínea que faz parte do sopé da Torre Norte que era natural da região e fica preservada até o despertar do século XX, mas vai ficando arenoso a partir da década de 1920, devido ao aumento do trânsito, tanto de turistas quanto de locais, como podemos observar na imagem do ano de 1922. Comparando as duas fotografias percebemos na sequência, na margem direita, um crescimento de casas geminadas no estilo português-açoriano, sobressaindo-se um “sobrado”, que na primeira fotografia não se observa por causa da sombrinha da senhora do meio. Trata-se do “sobrado do Padre Joseph Lomônaco” (Lamônaco). De acordo com Muri (1996), um padre muito respeitado e engajado com a sociedade torrense por 25 anos, a ponto de ser Presidente do Conselho Municipal (o mesmo status de Câmara de Vereadores). Esse mesmo sobrado, após a morte do Padre, foi escola estadual, O Grupo Escolar de Torres que depois viria ser a Escola Marcílio Dias e também a Fundação Rockfeller. A margem esquerda da rua observa-se algumas casas de madeira, apresentando pertencer às famílias pouco abastadas economicamente. Essa rua era essencialmente de moradores torrenses, ao contrário da “Rua de Cima”. Observa-se também as cercas de madeira características de propriedades interioranas. Esta rua anteriormente era o “Caminho do Carijó”, uma antiga picada de nativos da região.

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