Fonte: Acervo de Faustino Moraes |
Sob as Lentes de Torres
quarta-feira, 17 de junho de 2015
PONTAL DA SOLIDÃO
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
JORGE E SUAS FERAS
JORGE E SUAS FERAS
Fonte: Acervo do autor |
Engana-se quem pensa que carnaval organizado em Passo de Torres é coisa nova. Os passotorrenses são foliões há muito tempo, diga-se de passagem, desde que começaram o povoado. Este registro fotográfico de 1965 comprova esta afirmação, o local das disputas dos blocos era no Clube que hoje se encontra a lancheria “Los Troncos”, que é ponto de encontro no centro da cidade. O bloco que pousa para a foto era do saudoso “Tio Jorge”, um verdadeiro folião de carnaval que brincava com seus amigos e parentes.
Graças a nossa cultura açoriana, os primeiros moradores de Passo de Torres brincavam com o tradicional “entrudo”, denominação que os portugueses davam à festa profana, que hoje chamamos de “carnaval”. Eram os três dias que precediam a entrada da Quaresma e historicamente era festa popular que acontecia nesses dias, em que os brincantes, trocavam pelas ruas, arremessos de baldes de água, limões-de-cheiro, ovos, tangerinas, pastelões, luvas cheias de areia, esbordoavam-se com vassouras e colheres de pau, sujavam-se com farinha, gesso, tinta etc. O folguedo vigorou até 1817 em Portugal e entrou em declínio no Brasil em 1854, por repressão policial, dando lugar ao moderno carnaval. Mas em lugares menos fiscalizados perdurou até o começo do século XX, como foi o caso de Passo de Torres. Porém, os foliões do Passo faziam uma pistola de taquara que esguicha água ao invés de baldes. Minha avó, que hoje teria mais de 120 anos, contava que as pessoas se cuidavam ao sair na rua, pois alguém poderia se surpreender com a pistolinha do entrudo. Muitas brigas surgiam, mas também muita diversão acontecia entre os moradores de uma pequena vila de pescadores.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
A Avenida Beira Mar na Década de 1950
Fonte: Acervo de Emílio Freitas |
Nestas fotos se contemplam as vistas parciais da “Praia Grande” na
década de 1950, cujos aspectos mais importantes são: a grande quantidade de
banhistas, fator que levantou a construção em 1953 de uma torre salva-vidas no
estilo norte-americano, influência do Pós-Guerra (1939-1945); a avenida
pavimentada junto à beira-mar e os automóveis estacionados, todos da marca Ford
Willians, confirmando a “tese” do meu saudoso amigo, João Barcelos, que
relatou-me em certa ocasião, sobre as fases culturais “germanófila”
e “estadunidófila”, separando Torres em duas tendências que se resume em
europeia e após estadunidense. Isto se percebe nas fotografias do acervo de
nossa História, principalmente entre 1915 a 1980. Depois percebe-se uma fase
mais eclética, devido à vinda em massa dos turistas argentinos e da
“globalização”.
Podemos perceber também, na imagem acima de 1954, que a Avenida
Beira Mar ainda não tinha a famosa “Lomba do Calçadão”, pois neste período a
encosta do sopé do morro ainda estava preservada, assim como todo o gramado
onde fica atualmente a Praça Pinheiro Machado. E ao fundo, podemos avistar
solitário, o Bar Abrigo, onde foi a primeira sede da SAPT, que foi erguido em
1937, e faz parte do patrimônio histórico de nosso município. Na imagem abaixo
já se avista a lomba com paralelepípedos, possibilitando o trânsito de veículos
direto da Rua José A. Picoral até a Avenida Beira Mar. Antes dessa obra os
automóveis só poderiam vir pela "Rua de Baixo" (Rua Júlio de
Castilhos).A Praia Grande na década de 1950 passou a ser um ponto de referência
para quem buscava o “glamour” no balneário torrense, assim como procuravam
espaço amplo para laser com cadeiras dotadas de sombreiros
(barraquinhas), para quem desejava proteger-se do excesso de sol como se comprava
na fotografia de abaixo. Surgem as construções imponentes, que
possibilitou o registro da foto de cima em uma sacada. As imagens são
típicas de uma praia europeia do litoral mediterrâneo, capaz de confundir
qualquer leitor se não houvesse referências, o que denota resquícios dos “Anos
Dourados” no Brasil.
Fonte: Acervo de Madalena Martins |
A Baleia que Explodiu
Esta fotografia rara, que pertence ao meu amigo Vicente Knabben Junior, é de uma curiosidade impar, pois se trata de um filhote de baleia que apareceu morto à beira mar, no começo da década de 1970, na Praia de Fora (Praia de Itapeva mais ao Norte). De acordo com a sra. Maria Vefago de Melo, secretária do Sindicato dos Pescadores de Torres, desde 1974, trata-se de um dia marcante para os torrenses, pois essa baleia foi dinamitada, para ser posteriormente enterrada em pedaços, com uma pequena escavadeira. Seu corpo já estava em decomposição e algo tinha que ser feito. Entre os encarregados desta árdua tarefa, estava o saudoso Vicente Knabben (ao centro), que foi presidente da Colônia de Pescadores de Torres por muitos anos. Dona Maria acrescenta que no ano desse registro a Colônia ainda não era totalmente legalizada, existia uma espécie de voluntariado para poder fiscalizar a pesca em Torres, que era ligado ao Fórum da mesma Comarca. Além do Vicente, também participavam Ari Rodrigues, Aroldo Luz e Miguel Batista da Silva, o atual presidente do sindicato. Algo semelhante aconteceu em 2010 na Praia Grande, porém a baleia, desta vez adulta, foi enterrada inteira, pois o município dispunha de maquinários maiores e mais eficazes, possibilitando a remoção do gigante dos mares, que está enterrado até hoje. Existe a possibilidade de seus ossos serem expostos em algum museu, quem sabe se o do Parque da Guarita? Podemos observar também, os curiosos que estavam na volta do mamífero. Todos atentos sem perder nenhum detalhe da “missão” a qual o então secretário foi incumbido. Provavelmente ficou marcado para quem assistiu tal fato de perto, ou longe, por causa da explosão!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
O Porto que não Saiu
Na
metade do século XX “Torres” almejava ser uma cidade próspera com intuito de
crescimento comercial,
tinha ligação através da navegação lacustre pela Lagoa da Itapeva até Osório. A
sociedade torrense estava passando por um clima de tornar-se uma cidade
portuária, com estrada de ferro, e isso estava atraindo pessoas para a região
das Torres. A partir desse momento os torrenses passaram a absorver a ideia de
um porto, porém quatro tentativas fracassaram.
Na
primeira tentativa o Brasil ainda era um Império. Um dos problemas de
comunicação entre o vasto Império eram as suas vias de transporte. Aproveitando
os recursos lacustres da região, que formavam um grande canal interligado
naturalmente, cogitou-se a possibilidade de ligar essa via a um projeto maior,
ou seja, um Porto Marítimo em Torres. O escoamento de produtos na Província de
Rio Grande de São Pedro era muito precário. A entrada da Lagoa dos Patos era um
acesso muito perigoso, tinham muitos bancos de areia e precisava de muito
investimento para fazer um porto. De acordo com Ruschel (apud ELY, 2004) em 1857, o
governador da Província tinha duas alternativas, ou fazer uma barra em Rio
Grande (RS) ou a construção de um porto em São Domingos das Torres. Os
engenheiros ingleses eram a favor, a ponto de orçarem o projeto em três mil e
quinhentos contos de reis em 1861. Porém, por influências políticas muito poderosas,
o porto passou a ser em Rio Grande (RS). Foi feito um relatório em 1875 para
Londres pelos engenheiros, onde constava que um porto em “Torres” era mais
viável economicamente, e em Rio Grande (RS) era mais difícil e mais dispendioso
e obras mais inseguras. Mesmo assim persistiu a decisão anterior.
Uma segunda tentativa foi durante o governo provisório do
marechal Deodoro da Fonseca que agonizava. Um dos motivos dessa crise foi a
denúncia de que o então Presidente da República havia se envolvido em corrupção
com o engenheiro da obra do porto de Torres, pois superfaturou-o. O então ministro Ruy Barbosa denuncia esse superfaturamento mencionado-o em uma carta enviada a uma reunião do presidente com os ministros, justificando que não era contra a obra, mas sim contra a maneira que estava sendo amarrado o contrato, beneficiando o empreiteiro, que era compadre de Deodoro. A maioria apoiou Ruy Barbosa, e o presidente contrariado, perde seus ministros que se dedicaram ao novo regime.
Devido à sua renúncia
e à Revolução Federalista em 1893, a obra foi abandonada. Se fosse concluída, Torres
seria hoje uma cidade bem melhor economicamente, mas por outro lado, estaria
desfigurada, pois entre a Guarita e o Morro do Farol teria um grande cais. E
também os torrenses seriam “deodorenses”, pois a vila se chamaria “Deodorópolis”,
em homenagem ao presidente vaidoso. Anos depois, o seu vice-presidente Marechal Floriano Peixoto,
assumiu a presidência e mudou o nome de Nossa Senhora do Desterro para
Florianópolis (SC) como imposição aos catarinenses, outra vaidade.
A imagem abaixo é, até o
momento, considerada a primeira fotografia de Torres. Pode-se confirmar a obra
inacabada do primeiro presidente da República do Brasil.
Molhes da Guarita – 1891[92]Fonte: Acervo João Barcelos, 2007. |
Resquícios dos Molhes da Guarita atualmente. Fonte: Casa de Cultura de Torres. |
Na
terceira tentativa, no ano de 1905, uma missão de capitalistas estadunidenses, que
segundo Ruschel (1987, apud ELY, 2004, p.144), eram Mr. W. T. Van Brunt, Mr.
Schrred e Mr. Everit, além de uma missão política gaúcha que vieram a Torres para
sondar a possibilidade de reiniciar as obras do porto, iniciadas e
interrompidas uma década atrás. Novamente o projeto não foi viabilizado, pois os
investidores preferiram Santa Catarina por ter carvão abundante.
Projeto do Porto |
Estadunidenses visitando a vila de Torres - 1905 |
E a
última esperança foi quando Getúlio Vargas assumiu o governo do estado do Rio
Grande do Sul. Em janeiro de 1928, Getúlio decidiu em sua visita a São Domingos
das Torres, que deveria retomar a ideia do porto de Torres. Quase um ano depois,
uma equipe técnica vem fazer novos levantamentos para tal possibilidade, mas
por questões econômicas e políticas que pairavam contra o estado gaúcho, impossibilitou
a retomada do porto. Quando Getúlio toma o poder federal, ascende nova
esperança, mas novamente não foi possível fazer de Torres uma cidade portuária.
domingo, 12 de maio de 2013
A Caçada
Um dos lazeres dos hóspedes do balneário era a caçada, prática hoje proibida ou regulamentada, mas para muitos turistas era um esporte que se pode praticar normalmente nos arredores de Torres. Este registro fotográfico é riquíssimo porque nos mostra o turista, de Porto Alegre, com uma indumentária que nos remete aos safáris na África, além de estar com seus cães caçadores de perdizes, que era muito comum na região. Outro protagonista desta aventura é o senhor Alfredo Petersen, o caçador de barba, com chapéu bem mais característico dos pampas gaúcho, um viajante que morava em Taquara (RS), e por 51 anos trabalhou como vendedor. Ainda posa para a lente um menino, que já de pronto auxiliava o caçador em sua prática, assim aprendia muitas tarefas para o seu futuro. O local desse registro fotográfico é em frente o Farol Hotel, onde se hospedavam viajantes, turistas e outros transeuntes. O rapaz de bigode e casaco preto é o Jayme Pozzi, um dos proprietários do hotel. Todas as outras pessoas logo vieram para curiosamente conferir o resultado desta caçada que foi registrada através dessa fotografia da década de 1940.
sexta-feira, 10 de maio de 2013
O Futebol: um esporte popular no balneário de Torres
Estas images fotográficas de 1929 mostram uma partida de futebol à beira mar. Quem me
passou essa foto foi a Sra. Maria Helena Lima, filha de Élcio Lima, esse, pai de
um grande jogador de futebol, o popular Olímpio Lima. O Sr. Élcio Lima, que foi o
primeiro eletricista de torres, também jogava futebol, além de ser um dos
primeiros fotógrafos amadores de Torres. Sua máquina fotográfica está exposta
no Museu Histórico de Torres. Poderia ser ele o fotógrafo desta imagem
histórica, ou estar entre os atletas.
O local da competição foi nas mediações da
atual Praça Borges de Medeiros. Podemos imaginar que neste local havia um campo
de futebol, pois ainda está preservada a grama original, um verdadeiro tapete
verde onde podemos passar momentos de lazer com amigos e parentes, tomando um
topetudo chimarrão nos tradicionais domingos na Prainha.
Os registros chamam a atenção, pela partida ter sido fotografada em movimento, fato
não muito comum para a época, pois de todo o acervo fotográfico conhecido pelos
torrenses, no tema futebol, em sua grande maioria são de jogadores parados posando
para a lente do fotógrafo.
Podemos observar também a partida sendo assistida por um grupo de pessoas bem trajadas (1ª foto), o que nos leva a crer que na década de 1920 o futebol já era um esporte popular
Outra
curiosidade, é que se observar a 1ª fotografia com uma lupa (prática que costumo fazer
em minhas leituras das imagens) pode-se observar o guarda valas, como era
chamado o goleiro, usando uma boina. E a segunda pessoa da esquerda para
direita, que não está trajando uniforme, parece ser o juiz da competição usando
um chapéu, uma situação muito engraçada para a atualidade; além de todos os
cavalheiros atrás da goleira, que também estavam com chapéus, como era de
costume, mas certamente num dia ensolarado no balneário, em uma época que não
havia protetor solar.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Legalidade em Torres
Tenho dito que Torres, desde seu despertar,
tem ligação com muitos fatos da História regional, nacional e mundial. Esta foto prova essa afirmativa. O fato é que se trata de uma manobra do III Exército
brasileiro, durante um período conturbado no cenário político do nosso país,
que foi a Legalidade, uma revolta civil e militar que ocorreu em 1961. O então
governador do Estado do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, em defesa da
Constituição brasileira, e também de seu cunhado, João Goulart
(vice-presidente), montou um estúdio improvisado de rádio, no porão do Palácio
Piratini, e discursou a todos gaúchos através de uma rede, a “Rede da
Legalidade”, que também transmitia em ondas curtas aos cidadãos de outros
estados. O objetivo era garantir que Jango (como era chamado o vice-presidente)
assumisse a Presidência da República, que foi renunciada, em 25 de agosto do
mesmo ano, por Jânio Quadros. O local dessa
fotografia é defronte ao Farol Hotel, na Rua José A. Picoral. No começo do mês de setembro de 1961, um
comboio estava estacionado em frente ao tradicional hotel, com caminhões, jeeps
e tanques de guerra, que pertenciam à Petrobrás. A empresa petrolífera, apoiou o governador gaúcho.
Podemos
observar também, ao lado direito da imagem, uma tropa enfileirando-se para
alguma tarefa. O oficial que liderou e idealizou as manobras, a partir de Santiago, no Rio Grande do Sul, adentrando
até o Paraná, foi o tenente-coronel Joaquim Ignacio Baptista Cardoso. Como
Torres faz fronteira com Santa Catarina, o oficial decidiu passar pelo
balneário, para conter o possível avanço dos opositores. Essa foto pertenceu ao
Sr. Cesar Pinheiro, que no momento prestava serviço de mecãnico à empresa
estatal brasileira citada acima, ele era casado com a torrense Beta Matos, filha
do Sr. Manoel Venâncio de Matos, que foi o primeiro proprietário do tradicional
Bar Brasília. Provavelmente os torrenses ficaram apreensivos com a situação; imagina-se muitos
comentários feitos pelos cidadãos que circulavam entre a Matriz de São Domingos e a esquina
da SAPT. O “clima” não estava para brincadeiras. Mas tudo ficou resolvido em 14
dias, o Jango assumiu e o comboio sumiu.
O Laboratório
Fonte: Acervo de Roberto de Freitas |
Até
o final do século XX, a História era rigorosa no que tange as fontes para as
comprovações dos fatos. Só eram respeitadas as informações contidas em
documentos oficiais ou livros aceitos pelos governos. Atualmente com a História Cultural (nova prática
da Historiografia), duas fontes, antes discriminadas, são muito consideradas:
depoimentos e fotografias. Um
complementa ao outro, pois nem tudo que vemos é o que parece, distorcendo assim
os fatos. Teóricos denominam o fotógrafo como: “o filtro cultural”, aquele que
registra momentos que jamais se repetirão, e ao socializar as imagens,
transmite mensagens com sua intencionalidade através do “clique”. E a
posteriori, cabe também às testemunhas relatar o que se vê nas imagens para
análises e confirmações que vão somar em prol da memória de cada grupo social.
Neste
registro fotográfico, vemos o laboratório de fotografia do “maior filtro
cultural” do município de Torres; trata-se do equipamento de revelação e
reprodução de cópias fotográficas do Sr. Ídio K. Feltes, fotógrafo pioneiro muito mencionado atualmente e parte de seu acervo fotográfico está em livros, trabalhos científicos e veículos de informações em colunas de jornais, em blogs, em sites, na rede social e outros. Vários equipamentos fotográficos podem
ser admirados em um memorial, atribuído ao Sr. Feltes, no Museu
Histórico de Torres, que pode ser visitado no Centro Municipal de Cultura. Mas
o que vemos aqui são outros aparelhos, que o então empresário inovador investiu em
seu promissor comércio. Graças à sua iniciativa, temos hoje um acervo
fotográfico muito rico, que estão em plena fruição, ou ainda, salvaguardados em
álbuns de famílias torrenses, veranistas e turistas, que aos poucos estão sendo, mesmo que pareça ser uma redundância, novamente "revelados" ao um público interessado em suas origens. Prova da importância da identidade de uma sociedade, que garante a preservação da memória, fator principal que une uma cultura.
Quem
posa para a lente, no momento de trabalho no laboratório, era um dos fotógrafos
da empresa, o Sr. Ruy Luiz de Freitas, que posteriormente passa a ser o
escrivão do Cartório de Paz de Torres. No detalhe vemos o mesmo vestindo um
jaleco, comprovando o capricho e os cuidados para o melhor resultado das
imagens históricas da “Mais Bela”.
domingo, 5 de maio de 2013
Cavalgando na Praça
Fonte: Acervo Casa de Cultura Municipal de Torres |
Os leitores de uma geração mais nova já contextualizaram o passado e a atualidade, no que
tange o crescimento urbano e desenvolvimento da cidade. Essa fotografia de
dezembro de 1949, diga-se de passagem, rara, mostra várias informações que
podemos analisar: O protagonista que está montado em seu cavalo é o popular,
para aquela época, o Sr. Antônio Preto, que era casado com Eunice Lima, irmã da
minha amiga e colaboradora Maria Helena Lima.
Percebemos que mesmo sendo no centro, era comum o trânsito de cavalos e
carroças neste período, outra análise é sobre o local, que é na Praça da matriz, atual Praça
Severiano Rodrigues da Silva, que ainda se vê a rua com chão batido e a relva
do Morro do Farol preservada.
Ao fundo no casario vemos a chaminé da usina
termoelétrica, onde é hoje a Prefeitura, que seria construída dois anos depois.
Em frente à chaminé vemos o armazém do Sr. Balbino de Freitas, onde era o
centro das atenções da “vila”. E mais à esquerda da foto, a casa do Severiano,
que foi prefeito em dois mandatos,
sendo o primeiro entre 1948-51, e o segundo entre 1955-59. Ao fundo, vemos parcialmente, a Lagoa das
Torres e os eucaliptos à beira, que tinha a função de drenar o solo pantanoso.
E por fim as dunas com areias bem alvas na Praia da Cal e Itapeva. Pelas vestes
do Sr. Antônio, ouso em arriscar que o dia da foto foi num domingo, dia de
missa e muita conversa do cotidiano de “São Domingos das Torres”.
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